Violeta


Violeta
Viola alba
Viola odorata




A violeta considerada virtuosa, caracteriza-se principalmente pela cor branca das suas flores e peculiar aroma. As flores possuem um néctar muito especial, verdadeiro elixir de beleza e longevidade.


Colheita:

As folhas colhem-se antes do nascer do Sol, as flores ao final do dia, e as sementes amadurecidas durante a tarde.

Forma de utilização:

Folhas e flores frescas em emulsão.
Emulsão: proporciona efeitos purificantes, vitamínicos, estimulante, refrescante e diuréctico. Deve tomar-se em jejum. A sua acção estimulante faz-se sentir de imediato, principalmente na memória e na visão interior, aumentando a capacidade criativa.

Flores secas em infusão.
Infusão: proporciona efeitos vitamínicos e diurético. Pode tomar-se após o almoço.

Sementes em decocção e maceração.
Decocção: proporciona efeitos depurativo, (purifica o sangue, facilitando a eliminação dos resíduos mediante uma acção diurética ou laxativa) expectorante, digestivo, antioxidante e emoliente. Pode tomar-se após o almoço.


As tisanas estimulam a actividade da enzimas responsáveis pelo processo digestivo, sensibilizam o paladar, tornando-o mais selectivo e naturalmente, passa a rejeitar o café, o álcool, doces e outros alimentos que criam dependência.
As tisanas utilizam-se também no tratamento externo. A emulsão, aplicada directamente na pele, produz uma agradável sensação de frescura e suavidade, dando um aspecto mais jovem.

Orégãos


Orégãos
Origanum vulgare




O nome deriva de duas palavras gregas: oros, que quer dizer montanha, e ganos, que quer dizer esplendor. De facto, na época da floração, que vai de Maio a Julho, esta planta embeleza e perfuma o seu habitat.
Segundo registos antigos, as inflorescências concentram as virtudes intrínsecas da planta. O seu aroma de condição bastante volátil e inebriante traduz-se no aumento de energia. Pode ajudar a aliviar dores, mesmo as mais renitentes (por exemplo, as dores de cabeça). Uma almofada cheia de inflorescências secas proporciona um alívio rápido nas dores provocadas pelo torcicolo e afasta o sono durante algumas horas. Um ramo de orégãos floridos vai criando uma atmosfera agradavelmente aromatizada propícia ao entusiasmo e alegria.

Colheita:

Colhem-se as inflorescências conforme vão atingindo a plenitude e colocam-se na vertical de modo a não se amachucarem. Por último corta-se o caule principal a uns 5cm do solo.

Forma de utilização:

Inflorescências frescas em emulsão.
Emulsão: proporciona efeitos purificante, antidepressivo, estimulante, analgésico e estomáquico (favorece a digestão gástrica). Toma-se em jejum ou no intervalo das refeições.

Inflorescências secas em infusão ou maceração.
Infusão: proporciona efeitos depurativo, antiespasmódico, expectorante, anti-séptico (destrói os germes ou inibe o seu desenvolvimento, pelo que evita o contágio; serve para desinfectar as feridas e certos órgãos) e febrífugo. Pode tomar-se após o almoço, evita a astenia (fraqueza) e a sonolência.
Garguejos com uma tisana bem aromatizada produzem uma agradável sensação de limpeza e frescura, desobstruindo as vias respiratórias, aliviando o catarro, as dores de garganta, os efeitos da nicotina e da poluição atmosférica, tornando o paladar mais apurado para apreciar e seleccionar melhor os sabores naturais.
As tisanas utilizam-se também no tratamento externo. Compressas frias, bem aromatizadas, aliviam dores, espasmos, cansaço e produzem uma sensação de bem-estar geral. Compressas com uma temperatura amena são muito eficazes no estado febril. Ajudam a baixar a temperatura e ocasionam simultaneamente um aumento de vitalidade.

Manjericão


Manjericão
Ocimum basilicum


Conhecem-se algumas espécies de manjericão, com notáveis diferenças entre elas. O manjericão floresce, em geral, de Maio a Julho. As sementes alcançam a maturação no mês de Setembro e concentram as virtudes intrínsecas da planta, como se pode comprovar pelo seu peculiar aroma que se mantém durante anos.

Colheita:

As folhas verdes colhem-se antes do nascer do Sol e de modo a não afectar o bom desenvolvimento da planta. Na época da floração podem colher-se alguns ramos sem prejudicar o caule principal, que só se deve cortar quando as sementes alcançarem a sua integridade e a planta já não der sinais de renovação.

Forma de utilização:

Folhas verdes e ramos floridos em emulsão.
Emulsão: proporciona uma melhor eficácia, destacando-se os seguintes efeitos: purificante, vitamínico, diuréctico, refrescante, estimulante, antiescorbútico (combate o escorbuto por meio de vitaminas, especialmente a vitamina C), antifisético (diminui gases, anti flatulência), correctivo e sedativo. Toma-se preferencialmente depois das 17 horas.

Sementes em maceração ou trituração.
Nas sementes concentra-se o óleo essencial, que influi beneficamente nas vias respiratórias, no aparelho digestivo e no sistema nervoso.
As sementes frescas ou secas tomadas após as refeições e bem mastigadas ajudam o processo digestivo, o paladar fica mais fresco e aromatizado, tornando-se mais selectivo, ajudando assim a corrigir os hábitos como o excesso de sal, de café, de tabaco e outros prejudiciais à saúde.

As tisanas utilizam-se também em garguejos e em compressas. Os garguejos tornam o hálito mais fresco e agradável, estimulam a actividade das enzimas digestivas, apurando o sentido do paladar.

Menta


Menta
Mentha


O género Mentha pertence à família das Labiadas e é um dos mais complexos, não só pela sua diversidade, mas também pelas propriedades que lhes são atribuídas.
O princípio mais activo da menta, o mentol, é um estimulante que actua muito rapidamente na região do hipotálamo, podendo causar desequilíbrios no sistema nervoso a partir de certas doses.

Uso medicinal:

As mentas devem utilizar-se sempre com espécies de teor amargo, cuja acção tónica exerce um equilíbrio no efeito calmante do mentol. Deve ter-se um cuidado especial na composição das espécies de modo a conseguir-se uma harmonia entre o efeito sedativo e a acção tónica. É igualmente importante a sua prescrição, tendo em conta as características de cada pessoa e o momento mais indicado para se obterem bons resultados. Devido ao efeito calmante devem tomar-se à noite. Só no caso de emergência se devem prescrever tisanas ou compressas a qualquer hora do dia e sempre preparadas com outras espécies em conformidade com os sintomas.

Ginseng


Ginseng
Panax pseudoginseng



O ginseng é uma das plantas mais conhecidas. A sua designação vulgar deriva do chinês renshen, que quer dizer “homem-raíz”, devido à forma da sua raiz delgada.
É uma planta perene de raiz aprumada e dividida.


Uso medicinal:

Tanto estimulante como relaxante do sistema nervoso central, estimula o vigor muscular, baixa os níveis de glicose no sangue e ajuda o corpo a suportar a pressão do dia-a-dia.
É indicado para casos de debilidade, particularmente depois de uma doença ou na velhice. Também é considerado útil para aumentar o vigor por períodos curtos de tempo, bem como para melhorar a resposta do corpo ao stress. Os Chineses utilizam o ginseng para a falta de apetite, esquecimento, inquietação, palpitações, insónia, transpiração e debilidade geral.
No entanto, não deve ser usado por mais de três semanas pela adaptação e perda de eficácia, não devendo ser tomado quando há uma doença inflamatória aguda ou para a depressão e ansiedade.
A parte medicinal da planta é a sua raiz de crescimento lento, colhida após quatro a seis anos, quando seu teor global de ginsenosídeo - o ingrediente ativo principal do ginseng - atinge o máximo.

Equinácia


Equinácia
Echinacea


A equinácea é uma planta nativa dos Estados Unidos. A sua raiz possui um gosto intrigante (entre amargo e o inebriante), deixando uma sensação de formigueiro na boca. Esta planta era utilizada pelos índios norte americanos na cura de feridas, no tratamento de doenças infecciosas, furúnculos, abcessos e queimaduras. Os primeiros colonos, que chegaram à América, adoptaram-na como remédio para gripes e infecções.
Uso medicinal: Infecções, constipações, gripe e problemas imunológicos.

Anis

Anis
Pimpinella anisum



O Anis é uma planta da família das Apiaceae cuja fruta em forma de semente é usada em confeitaria e em licores de anis. É também usada em alguns caris e pratos com frutos do mar, contra mau hálito e como ajudante digestivo.


Uso medicinal:

Por destilação, da fruta extrai-se um óleo volátil de anis, o qual é recomendado para cólicas, colites, flatulência, prisão de ventre e facilita a digestão e dispepsia (doença da má digestão).

Aloés

Aloés
Vara-do-céu
Azebres
Aloes barbadensis Mill
Aloés-de-barbados
Aloés-socotorino


Existem muitas espécies do género Aloé, plantas da família das Liliáceas, habitam no cabo da Boa Esperança, na Jamaica, na ilha de Socotorá, no Brasil e em outras regiões de clima quente. Os antigos sábios chamaram-lhe vara-do-céu, sendo ainda hoje conhecida por este nome em algumas regiões da Ásia, entre tribos dos índios do Brasil e dos nativos do continente africano.
Dos muitos aloés que se conhece apenas três possuem propriedades curativas:
1. O barbadensis , mais conhecida por Aloé vera, é originária de Barbados.
2. O Aloes spicata, também conhecido por socotorino, recebeu este nome por se reproduzir espontaneamente na ilha de Socotorá. É igualmente conhecida por xiroides que quer dizer planta muito resistente às agressões ambientais.
3. O aloé-hepático que passou a ser assim designado
devido aos seus efeitos benéficos nas funções hepáticas.

Nome Comum: Aloé
Outros Nomes: Aloe vera, Erva-babosa, Babosa, Aloe barbadense


A recente moda cosmética pelos cremes e champôs de aloés engana a história antiga desta planta. Aristóteles fez Alexandra Magno estudar como é que os ilhéus de Socotorá extraíam o suco dos aloés (acibar) em 325 a.C., o qual era usado como laxante. Há cerca de 200 variedades usadas de aloés, a maior parte derivadas de espécies nativas do Leste e Oeste de África. As plantas, a maior parte das vezes acaules, têm as folhas dispostas em roseta, carnudas e espessas, de margem geralmente dentada.
Um cacho de flores tubulosas, amarelas ou avermelhadas, aparecem no fim da Primavera.

Partes usadas:
Suco e mucilagem das folhas

Uso medicinal:
O suco limpa os intestinos; a mucilagem acalma e amacia a pele, e ajuda a cicatrização de feridas, a mucilagem fresca é aplicada directamente nas queimaduras, feridas de difícil cicatrização e pele inflamada. A acção purgativa do aloé é tão forte que raramente é utilizado sozinho para uso interno, sendo dado com antiespasmódicos (descontrai certos músculos doridos. Ao actuar sobre o influxo nervoso que comanda o ritmo da contracção muscular, acalma espasmos e convulsões) como a Atropa belledonna para cólicas.

Amor-perfeito-bravo

Amor-perfeito-bravo
Viola tricolor


Nativa da Europa, é uma pequena planta anual ou bienal com caules frágeis e folhas serradas, lanceoladas. As flores, purpúreas, brancas e amarelas, com a clássica forma do amor-perfeito, aparecem desde a Primavera ao princípio do Outono.
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Uso medicinal:

É um remédio tradicional para reparar corações partidos (mas não as doenças de coração), o que é reflectido em muitas designações regionais. Há séculos que vem a ser usado no tratamento de doenças inflamatórias da pele e “contra a sarna e comichões de todo o corpo”.
Tem acções anti-inflamatória, aumenta a produção de urina; anti-reumatismal; expectorante.
É indicado para tratar doenças da pele, particularmente eczema, e para reumatismo, gota e bronquite crónica.
Utiliza-se a planta completa.

Preparações:

Infusão e tintura.

Alecrim


Alecrim
Rosmarinus officinalis


O alecrim é um arbusto vivaz que se encontra nas regiões montanhosas, surgindo até por entre as brechas de certas rochas. Pode chegar a atingir 2 a 3 metros de altura, ou ficar pequeno e robusto como um verdadeiro bonsai. Floresce desde o princípio de Outono continuando até à Primavera. É nesta fase que melhor se identifica a espécie considerada virtuosa, conhecida desde tempos remotos por alecrim-alvar, devido exactamente à brancura das suas inflorescências, enquanto que nas outras variedades as inflorescências apresentam tonalidades, brancas, lilases, roxas e rosas mais ou menos acentuadas, conforme as condições ecológicas do seu ambiente.
O alecrim cultivado em terrenos tratados com produtos químicos dá tonalidades mais roxas do que a mesma espécie no estado espontâneo. Em algumas zonas das serras de Monchique e da Arrábida pode ver-se alecrim no estado espontâneo, cujas inflorescências apresentam tonalidades brancas e rosas suaves, e muito próximo, mas no estado sub espontâneo, o alecrim ostenta uma cor roxa.
O alecrim é uma das espécies aromáticas mais conhecidas e apreciadas devido às suas vastas propriedades medicinais. A sua acção vivificante manifesta-se rapidamente na melhoria da memória. Atribuíram-lhe o poder de aumentar a beleza e a longevidade.


Colheita:

No alecrim alvar pode-se colher as folhas verdes durante todo o ano e sempre antes do nascer do sol.
As inflorescências que apresentam tonalidades lilases ou roxas não se devem colher porque provocam intoxicações. As suas cores e aromas têm uma acção repelente que afasta os mosquitos e outros insectos nocivos à saúde.

Forma de utilização:

Folhas verdes e inflorescências alvares frescas em emulsão.
Emulsão:
àfeita com as inflorescências proporciona uma melhor eficácia, destacando-se os seguintes efeitos: purificante, vitamínico, vivificante, galactogogo (aumenta a produção de leite das mães que amamentam) e antioxidante.
àpreparada com as folhas proporciona os efeitos: depurativo (favorece a eliminação das toxinas e dos resíduos do organismo), emoliente, tónico, diurético, expectorante, antiescorbútico (combate o escorbuto por meio de vitaminas, especialmente a vitamina C), revigorante, refrescante e aperitivo.
A emulsão aplicada directamente sobre a pele faz aumentar a tonicidade e dá-lhe um notável brilho. Também é muito eficaz para os cabelos. Aplicada após a lavagem, penetra no couro cabeludo fortalecendo as raízes e tornando os cabelos mais sedosos.

Inflorescências secas em infusão.
Infusão: proporciona efeitos depurativos e estimulantes.

As tisanas de alecrim tomam-se de imediato à sua preparação e preferencialmente em jejum e no intervalo das refeições.

A água de alecrim tornou-se famosa devido principalmente ao seu efeito rejuvenescedor. Também tem acções curativas contra tosses húmidas, clorose, escrófulas (gânglios no pescoço), etc.

Um banho bem aromatizado com uma infusão de alecrim proporciona uma acção estimulante que se traduz num bem estar geral.

Agrimónia


Agrimónia
Erva-dos-gregos
Agrimonia eupatoria








A agrimónia é uma planta anual que se encontra normalmente nas montanhas, nas áreas mais soalheiras e de solos argilosos. Floresce no início do mês de Abril.
É, desde os tempos mais remotos, muito apreciada pelos seus fins medicinais. Já Teofrasto, filósofo grego (300 a. C.), lhe atribuiu o poder de curar as doenças do fígado, de melhorar a visão e a memória. Também, Hipócrates, médico grego (337 a. C.) a reconheceu como antídoto do veneno dos répteis ofídios.
Utiliza-se os caules, as folhas, as sementes, as inflorescências que revestem a parte superior do caule principal e apresentam uma cor amarelo-dourada.

Colheita:

As folhas verdes devem colher-se ao fim de atingirem o seu total desenvolvimento e enquanto se mantiver o tom verde-vivo.
O momento mais adequado para a colheita é antes do nascer do Sol.
As sementes colhem-se quando adquirirem a maturação e sempre no final da tarde.

Forma de utilização:

Inflorescências em emulsão.
Emulsão: proporciona uma maior eficácia, destacando-se os seguintes efeitos: purificador, antioxidante, estimulante, vitamínico, antipodágrico (cura a gota) e diurético. Toma-se em jejum.

Folhas verdes em infusão.
Infusão: proporciona principalmente efeitos tónico e febrífugo (combate a febre ou evita os seus acessos). Pode tomar-se a seguir ao almoço.

Sementes em decocção ou maceração.
Decocção: proporciona um efeito energético e hepático. Pode tomar-se a seguir ao almoço.
Maceração: proporciona um efeito revigorante, emoliente (exerce um efeito calmante sobre a pele e mucosas inflamadas.) e antídoto dos venenos.
O produto obtido da maceração deve tomar-se em pequenas doses e nos intervalos das refeições, como medida preventiva contra eventuais intoxicações. No caso de intoxicação alimentar, toma-se uma colher de sopa muito lentamente. A sua acção depurativa e suavizante emulsiona os resíduos tóxicos eliminando-os através das vias excretoras, sem causar desgaste ao nosso organismo.

Tisana: preparada com flores produz melhores efeitos contra cegueira diurna e nocturna.
Usa-se também para tratamentos externos. A aplicação de compressas frias sobre os olhos ajuda a melhorar a visão e faz desaparecer o edema em volta dos olhos conhecido por “papos”.